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À PROCURA DE GODOT (2018)

 

Estreia | 8 de maio no Teatro das Figuras em Faro

Texto | Teresa Henriques

 

Encenação | Teresa Coutinho e Teresa Henriques

Cenografia e adereços | Teatro Improviso

Desenho de Luz | Bernardo Martins

 

Com | João Tiago Sousa e Nelson Sousa

 

Sinopse

Sem marcarem encontro, dois jovens atores, Estragon e Vladimir, cruzam-se no mesmo espaço cénico criado por Samuel Beckett, no século passado. Neste encontro, as personagens confrontam-se com velhos e novos mitos, que ainda sustentam relações desiguais de poder nas sociedades atuais. A espera de Godot é desafiada pela urgência da procura. Mas procurar quem? Como? Para quê?

             

Estragon: Dói, não dói?

Vladimir:(seco) Dói.

Estragon: O que dói mesmo, mesmo, é perder os privilégios.

Vladimir: A que privilégios te referes?

Estragon: Sabes o que é que o Lucky carregava?

Vladimir (a tentar adivinhar) Uma mala? (pausa) uma mala grande, pesada?

Estragon: Acrescenta-lhe mais um banco, uma cesta de piquenique e um sobretudo.

Vladimir: E o Pozzo? Carregava alguma coisa para além do chicote?

Estragon: Não. Só a corda que prendia o pescoço do Lucky.

Vladimir: Acreditas mesmo que o Lucky era um ser humano? Não seria uma espécie de cavalo, ou burro, ou mula, sei lá?

Estragon: Era mesmo um ser humano, igual a tantos outros, que já nascem só para servir os grandes senhores, o grande poder, o grande capital… “nada a ser feito”, como dizia o meu velho, o Estragon.

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